A relação entre as narrativas e o desenvolvimento da resiliência em professores.
Projeto financiado pelo Ministério da Economia, Indústria e Competitividade do Governo da Espanha , a Agência Estadual de Pesquisa, e os fundos FEDER.
Neste projeto:
Dados do projeto:
Duração: 1/01/2018 – 30/09/2022
Financiamento: 57838 €
Referência: EDU2017-87406-P
IP: Marc Clarà
Resumo:
O projeto NARRES estudou a experiência emocional de professores de educação infantil, ensino fundamental e médio. A pesquisa se centrou na forma como os professores dão sentido às situações da sua prática, partindo da hipótese de que a forma como estas situações são narradas está relacionada com a forma como “sentimos” essas situações. Supõe-se, portanto, que os mesmos eventos podem gerar diferentes experiências emocionais no professor dependendo de como o professor os narra. Compreender esse processo de narrativização e suas implicações para as emoções dos professores é importante para o desenvolvimento da resiliência docente, entendida como a adaptação funcional a situações adversas da prática docente, e que permite aos professores manter seu bem-estar emocional e seu compromisso docente apesar das adversidades intrínsecas, em parte, aos atuais sistemas educacionais.
O projeto NARRES tem mostrado que a narrativização dos acontecimentos em termos do que os alunos, colegas ou famílias “sabem fazer” e “podem fazer”, e em termos de “eu (o professor) faço”, está relacionada com uma melhor experiência emocional do professor. Por outro lado, a narrativização em termos de “eles não querem fazer isso”, “eles não podem fazer isso” e “eles não fazem isso” está relacionada a uma pior experiência emocional – é melhor utilizar estruturas do tipo “não sabem fazer”. Também relacionada a uma experiência emocional negativa está a narrativização de eventos em termos de “eu não faço isso”. Os resultados também indicam que os professores cujas narrativas implicam uma concepção de aprendizagem mais centrada no aluno e um propósito educacional psicossocial têm uma experiência emocional pior do que aqueles que assumem uma concepção de aprendizagem mais centrada no professor e um propósito puramente acadêmico. Isso sugere que a incorporação nos sistemas educacionais de concepções centradas no aluno e mais globais precisa de apoio para que os professores desenvolvam resiliência docente. Um caminho central para o desenvolvimento da resiliência docente é mudar a forma de narrar os acontecimentos para narrativizá-los por meio de estruturas mais funcionais. O projeto NARRES identificou diferentes mecanismos semióticos que permitem esta re-narração: mecanismos como a “hibridização”, a “mudança de perspectiva” ou a “elaboração de antecedentes”, entre outros, permitem re-narrar eventos evitando, por exemplo, estruturas do tipo “eles não querem” ou gerando estruturas do tipo “eu faço”.
O conjunto de resultados do projeto NARRES permite avançar no entendimento da resiliência docente e oferece ferramentas para desenvolvê-la, tanto com professores em ativo quanto no âmbito da formação inicial de professores.
Membros da equipe:
- Aina Franch (Universitat de Lleida)
- Alba Vallés Sisamón (Universitat de Lleida)
- Bárbara Cotta Padula (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais)
- Bernardita Justiniano (Universidad Casa Grande)
- Blanca Patrícia Silva (Universitat de Lleida)
- Claudia Patricia Uribe (Universidad Casa Grande)
- Deborah Mulligan (University of Southern Queensland)
- Diana Danoso Figuereido (Universidad Casa Grande)
- Fabiano Ramos (Universidade Federal de Jataí)
- Jordi Coiduras (Universitat de Lleida)
- Jorge Chávez Rojas (Universidad Andrés Bello)
- Juan Pablo Barril Madrid (Universidad Autónoma de Chile)
- Karen Peel (University of Southern Queensland)
- Marc Clarà (Universitat de Lleida)
- Nicholas Patrick Kelly (Queensland University of Technology)
- Patrick Alan Danaher (University of Southern Queensland)
- Priscila Marchán (Universidad Casa Grande)
- Roberta Harreveld (CQUniversity)
- Sílvia do Patrocínio Cavalcante (Universitat de Lleida)
- Sonia Salvo Garrido (Universidad de la Frontera)
- Tatiana López (Pontifícia Universidad Católica de Valparaíso)
Alunos de graduação em colaboração
- Ilona Muntada (2018/2019)
- Claustre (Tate) Moreno (2018/2019)
- Aina Franch (2019/2020)
- Marina Rovira (2019/2020)
- Sandra Gros (2020/2021)
- Ricardo Castillo (2020/2021)